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QUINZE PRIMAVERAS

Virava, uma, duas, três vezes. Admirava meu corpo esguio e belo naquele vestido de gala. Me sentia uma verdadeira princesa, naquele momento...

quinta-feira, 9 de julho de 2015

CAMADAS DE SOLIDÃO

Camadas de poeira
Por sob as caixas velhas jogadas
Anos à derradeira
Da sorte acumulada.

Caixas que já apanharam
Vento, chuva e umidade
Mas que pelo valor aguentaram
O castigo do tempo e sua vontade.

Jogadas num canto esquecido
Verdadeiros tesouros em solidão
Provocarão risos divertidos
Lembranças boas para o coração.

Se um dia descobertas
Por alguém com curiosidade
Talvez por crianças espertas
Ou por pessoas de idade.

São lembranças de alguém
Que quis guardar seu coração
Mas pelo visto, o que estas caixas tem
São camadas de solidão.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

NICO FAGUNDES: A LENDA DO RIO GRANDE DO SUL

Com certeza, o Rio Grande do Sul amanheceu mais triste na última quinta-feira. No dia 24 de junho nós, gaúchos, perdemos um grande homem: partiu Antônio Augusto Fagundes, o Nico Fagundes, um ídolo que deixará marcas no coração de todos os tradicionalistas.
   Nico foi o poeta do Alegrete, além de historiador, antropólogo, folclorista, compositor, escritor, político, apresentador de televisão, radialista, e, com certeza, um amante do nosso Rio Grande e da nossa tradição como poucos o foram.
   Marcou o coração de todos os gaúchos com uma canção de apego ao pago, de amor à tradição, que se tornou uma espécie de hino em nosso estado: o Canto Alegretense. Esta música, mesmo tendo mais de 30 anos, hoje ainda é considerada pelos gaúchos, e entoada a plenos pulmões por qualquer peão ou prenda que sinta orgulho de ser gaúcho.
   Nico Fagundes trouxe às casas  de todos os rio-grandenses, nas manhãs de domingo, um “galpão” onde era demonstrado o amor à terra, incutindo em todos os gaúchos o mesmo sentimento. Este foi o seu Galpão Crioulo, programa por ele fundado, o qual apresentou por mais de 30 anos.
   Quem já não ouviu, sendo gaúcho de peito e alma, a famosa frase que faz-nos sentirmo-nos mais peões e mais prendas, filhos do Rio Grande? O seu “gaúchos e gaúchas de todas as querências” nos identifica, nos torna únicos.

   O Rio Grande perdeu um grande gaúcho, um grande homem, mas nós, seus admiradores, fomos pessoas de sorte por termos herdado seu legado, que nos faz dizermos com orgulho que somos gaúchos, nos faz campear nossas próprias origens para acharmos nossa própria essência de gaúchos e gaúchas de todas as querências.