Com certeza, o Rio Grande do
Sul amanheceu mais triste na última quinta-feira. No dia 24 de junho nós,
gaúchos, perdemos um grande homem: partiu Antônio Augusto Fagundes, o Nico
Fagundes, um ídolo que deixará marcas no coração de todos os tradicionalistas.
Nico foi o poeta do Alegrete, além de
historiador, antropólogo, folclorista, compositor, escritor, político,
apresentador de televisão, radialista, e, com certeza, um amante do nosso Rio
Grande e da nossa tradição como poucos o foram.
Marcou o coração de todos os gaúchos com uma
canção de apego ao pago, de amor à tradição, que se tornou uma espécie de hino
em nosso estado: o Canto Alegretense. Esta música, mesmo tendo mais de 30 anos,
hoje ainda é considerada pelos gaúchos, e entoada a plenos pulmões por qualquer
peão ou prenda que sinta orgulho de ser gaúcho.
Nico Fagundes trouxe às casas de todos os rio-grandenses, nas manhãs de
domingo, um “galpão” onde era demonstrado o amor à terra, incutindo em todos os
gaúchos o mesmo sentimento. Este foi o seu Galpão Crioulo, programa por ele
fundado, o qual apresentou por mais de 30 anos.
Quem já não ouviu, sendo gaúcho de peito e
alma, a famosa frase que faz-nos sentirmo-nos mais peões e mais prendas, filhos
do Rio Grande? O seu “gaúchos e gaúchas de todas as querências” nos identifica,
nos torna únicos.
O Rio Grande perdeu um grande gaúcho, um
grande homem, mas nós, seus admiradores, fomos pessoas de sorte por termos
herdado seu legado, que nos faz dizermos com orgulho que somos gaúchos, nos faz
campear nossas próprias origens para acharmos nossa própria essência de gaúchos
e gaúchas de todas as querências.